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lar da ret​ó​rica incompreens​í​vel

by calvin voichicoski

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1.
foi tudo um sonho eu lia revista recreio o caminho dessa casa armadilha de concreto e centeio o mapa sempre erra minha rua é sem saída e pequena eu não lembro o caminho e imagino que isso seja problema eu troco um nome no meu celular três lâmpadas num lustre me parece demais um biscoito da sorte vazio a conta de luz vem no meu nome a conta de luz vem no meu nome a conta de luz vem no meu nome a conta de luz vem no meu nome
2.
cataratas 02:55
deteriorando são sete horas todos os rostos indistinguiveis as portas fecham minha garganta todos os rostos deteriorando de lá pra cá não sou ninguém sera que é assim com eles também? se é tão fácil de evitar jogar seus ossos contra o mar então me diga então me diga porque não então me diga então me diga por que não? as minhas veias sem sangue os nomes todos em branco então me diga então me diga porque não então me diga então me diga por que não? subo as escadas desço as escadas procuro ajuda nada de novo não é piada são só meus vícios eu não te odeio é minha cara o meu problema (com poréns) eu não sei se eu sei quem são vocês se é tão fácil de evitar jogar meus ossos contra o mar então me diga então me diga porque não então me diga então me diga por que não? as minhas veias em branco os nomes todos tem sangue então me diga então me diga porque não então me diga então me diga por que não?
3.
clavícula 02:08
os deuses te perdoam os mares te perdoam mas eu nunca vou te perdoar
4.
gerador 03:19
os pés que vão cair no chão as mãos que vão te assegurar seus pais já voltam do trabalho você não sabe o que é trabalho a neve cai na sua tv estática em seu cobertor você não quer sair de casa você não quer sair de casa a vida toda pela frente a vida toda pela frente a vida toda pela frente a vida toda pela frente já se passaram quinze anos você não sabe o que é trabalho aquela que será seu fim ainda guardam em segredo e se passaram mais três anos você não sabe quem se importa estática em sua tv o cheiro da paisagem morta o cheiro da sua memória as ruas de sua infância da queda brusca não levanta assume a forma da garganta agora você é assim e nada vai poder mudar seus pés não tocam mais o chão seus pés não tocam mais o chao seus pés não tocam mais o chão seus pés não tocam mais o chão você não pode sair de casa você não pode sair de casa você não pode sair de casa você não pode sair de casa você decide sair de casa você encontra o seu segredo você decide sair de casa você engole o seu segredo você precisa sair de casa você digere o seu segredo você precisa sair de casa você entende o seu segredo você decide sair de casa você consegue sair de casa você decide sair de casa você consegue sair de casa um cérebro e duas mãos imóveis você consegue sair de casa você consegue sair de casa você consegue sair de casa você consegue sair de casa você não precisa sair de casa
5.
grande abóbora não posso te ver eu não moro aqui meu medo é você são três da manhã em outro lugar eu não moro aqui eu não moro aqui são três da manhã não posso te ver grande abóbora meu medo é você grande abóbora eu não sou você os meus pés jamais vão apodrecer os meus sonhos são o que você vê grande abóbora eu não sou você meu medo é você grande abóbora meu medo é você grande abóbora meu medo é você meu medo é você meu medo é você meu medo é você grande abóbora
6.
meu medo é uma dança e danças são estúpidas se você não tem coordenação telejornalismo está morto no meu coração não quero mais ouvir seu “boa noite” você cortou o seu cabelo e eu vendi minh'alma filmes caseiros queimam a tv acreditar não torna mais real há muito mais de um ano eu sinto que não existe solução tem algo muito errado comigo eu não quero ouvir não quero ouvir não quero ouvir não quero ouvir mas eu checo sempre a caixa de spam você mastiga lâmpadas e cospe holofotes ultimamente penso em não estar acreditar não torna mais real são paulo canta alto as mesmas três palavras eu sei você sabe eu sei que você sabe que bandas não são capazes de te amar; pirateie música sempre que puder
7.
dê-me uma tomada; eu quero puxá-la abro a minha janela eu escuto tudo penso nos seus gatos longe da minha casa mal estou aqui mas eu estou aqui eu sinto sua falta; fogos de artifício perdidos no mercado, eu sei, meu deus, que fardo as noites mal dormidas discutindo o plano: querer estatizar os cárceres privados dê-me uma tomada; preciso puxá-la fecho a minha janela eu escuto tudo ouço o som do rádio fecho os meus olhos não lembro do caminho por favor me guie por favor me guie por favor me guie por favor me guie o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos o tempo me asfalta as mãos como napoleão jogando pôquer num hospital psiquiátrico como um ator cujas três falas numa peça foram escritas por um carpinteiro usando ácido vejo a criança que desliga o videogame com medo de estar pecando ouça o barulho das escadas pela porta, deve ser a sua avó chegando o cheiro dela se mistura com o cheiro da morte iminente na estrada você não disse o seu adeus apenas disse “eu te amo” e depois não disse mais nada você não disse o seu adeus e nem ao menos “eu te amo”, só não disse mais nada você não disse o seu adeus não pôde nem ao menos ir visitá-la você não disse o seu adeus e não tem nada que possa mudar isso você não disse o seu adeus e não tem nada que possa mudar isso você não disse o seu adeus e não tem nada que possa mudar isso você não disse o seu adeus e não tem nada que possa mudar isso morrer pela pátria é menor que só morrer
8.
vinte e três anos não sei se é isso mesmo tem pelo menos uns quinze que acho que não te vejo não sei o seu nome não sei se você existe você não sabe o meu nome você não sabe se eu existo eu não quero estar aqui mas toda noite estou aqui você mal sabe quem eu sou você não sabe quem eu sou eu nunca quis estar aqui a noite inteira pra poder fugir você mal sabe onde estou você não sabe onde estou quem é você qual é o seu nome agora? eu te vejo na rua? eu sequer consigo te ver? quem é você? será que você já me viu? será que me reconheceu? será que você também desistiu? eu não quero estar aqui mas toda noite estou aqui você mal sabe quem eu sou você não sabe quem eu sou eu nunca quis estar aqui a noite inteira pra poder fugir você mal sabe onde estou você não sabe onde estou monocrono, apenas um tempo monocrono, apenas um tempo monocrono, apenas um tempo monocrono, apenas um tempo
9.
faço sopa no escuro com meus olhos vendados não censuro meus erros quando não posso vê-los fratricídio em desfoque um caim hipermétrope o que foi dito foi dito “que será será” 
(um prédio bloqueia o sol de você/
cruel a estrutura do amanhecer)
 (dura como duas ruas nulas que jamais se anularão/azul o dia azula o dia o dia que a noite anilará/aniquilo e sou aquiles ou aquele que eles necessitarão/por maldade ou por burrice insiste um triste chiste que o golpeará) hoje tenho saudades mas bem sei meus pecados faço sopa no escuro com meus olhos vendados
10.
amigos dançam sob o fogo em suas faces de papel machê os meus joelhos se derretem estou no chão e eu não sei porque aqui embaixo é tão seguro eu nunca mentiria pra você à festa uma alternativa em meu bolso posso não morrer aceitar dormir não me parece assim tão mal agora duro admitir que minhas fugas são sem trajetória dancem entre vocês só me parece fazer mais sentido eu não vou mentir até porque já vou estar dormindo eu não posso esperar por tanto tempo
11.
buscar cair todo movimento é distração sentir talvez tenha em si mesmo um final a festa dos mares eu não sei se estou aqui pra ver os dias futuros eu não sei se estou aqui agora eu não sei se estou aqui agora eu não sei se estou aqui agora desculpa desculpa eu sei eu sei desculpa desculpa eu sei eu sei

about

open.spotify.com/album/1JqsaV5iKf2hoa9C2rCOOZ

"walk like thunder"
-kimya dawson

"i know that a lot of what i say has been lifted off of men's room walls"
-david berman

“for you know only/a heap of broken images”
-t.s. eliot

"and just when i was sure that his teachings were pure/he drowned himself in a pool/his body is gone but back here on the lawn his spirit continues to drool."
-leonard cohen

"i’ve said, 'i've said it before and i’ll say it again' before, but i’ll say, 'i’ve said it before and i’ll say it again' again."
-harris wittels

"talentoso aqueles que praticamente transforma a desgraça em showbiz"
-fausto fanti, como josé canjica martins

credits

released April 2, 2021

foto de capa por isabella mouzinho (www.instagram.com/_littlebelly/)

solo em "dante torobolino, ou 'tem algo de errado aqui e eu posso provar (mas não sei como ainda)' por nickolas marchioretto (marchiorettomortalbackflip.bandcamp.com)

todo o resto por calvin voichicoski
gravado na sala da minha casa, sp


dedicado aos meus pais

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calvin voichicoski São Paulo, Brazil

1997-20XX

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